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No mês da consciência negra, seminário aborda a temática da Psicologia e das Relações Étnico-Raciais

Em novembro, mês da consciência negra, o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul (CRP14/MS) marc este mês de luta com uma importante reflexão sobre a Psicologia e as Relações Étnicos Racionais.

No sábado, dia 18, o CRP14/MS, por intermédio de seu Núcleo de Psicologia e Relações Étnicos Raciais, realizou com I Seminário de Psicologia Étnico-Racial com o propósito de discutir ética e as relações raciais na Psicologia. O combate à discriminação é o principal objetivo do Sistema Conselhos de Psicologia que recentemente publicou a cartilha "Relações raciais: referências técnicas para a prática da(o) psicóloga(o)" Acesse o documento aqui

Para lançar a documento e falar um pouco mais sobre a temática, o CRP14/MS convidou a conselheira federal e psicóloga, Célia Zenaide. Em sua palestra, Célia abordou a questão de raça, pontuando que o termo é usado na cartilha em decorrência de sua relação com a história e a cultura brasileira. “Se nós pensarmos em Brasil, nosso país foi pautado na sua historicidade em cima da raça. Portanto, não tem como negar que existe uma relação histórica brasileira construída em cima desse termo que por vezes foi descontruído e dado outro significado. Nós só ocupamos os lugares que ocupamos hoje e o país só tem essa dívida história com a população negra por causa das relações raciais. E o racial, no caso do documento, é usado com esse parêntese desse conceito criado no nosso país”, comenta.

A elaboração do documento de referência foi solicitada pela categoria, no 9º Congresso Nacional da Psicologia (CNP 2016), no qual diversas propostas indicaram a necessidade de combater o racismo. O caderno, explica Célia, é um material que pretende contribuir para qualificar a atuação profissional e a formação da (o) psicóloga(o).

“Se na Universidade não tem uma disciplina específica sobre relações raciais, este caderno serve como referência para formação e atuação. É uma possibilidade e muito importante. Por que mão dá para pensar que com 50% da população brasileira se auto-declarando preta ou parda, que nós enquanto profissionais e estudantes, não vamos encontrar ou se defrontar com uma pessoa negra. Por isso, se desde o começo, lá na formação, existe a pauta da temática, nós enquanto categoria vamos olhar de fato para o ser humano integralmente, não vamos deixar passar despercebido nenhum sofrimento”, pontua Célia.

Além do lançamento do documento, o Seminário ainda ampliou a discussão sobre a temática e montou uma mesa redonda para discutir, na perspectiva das Relações Étnico-Raciais, a educação, cotas, arte, direitos humanos, discriminação racial, entre outros assuntos.   

Ainda na programação do Seminário, no período da tarde, houve uma exibição especial do Cine Clube CRP14/MS em homenagem ao Dia da Consciência Negra.