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Profissionais realizam panfletagem em prol do combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Araceli Cabrera Sanches, aos oito anos, foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada por membros de uma tradicional família capixaba. O caso aconteceu em 1973. O crime chocou o Brasil tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Contra esse silêncio, grupo de profissionais se reuniu hoje na Praça do Rádio Clube para lembrar a sociedade da importância do combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Segundo a Coordenadora Casa da Criança Peniel, Ana Paula Queiroz, o objetivo da manifestação é conscientizar a população. “A sociedade não pode esquecer que esse problema existe. Esquecer é permitir, lembrar é combater. Por isso, hoje estamos aqui para panfletar e fazer com todos lembrem e denunciem”, frisou.

Dados da fundação Abrinq revelam que no Brasil, em 2015, foram relatados mais de 19 mil casos de violência e abuso sexual contra crianças. Desse total, mais de 14 mil casos foram confirmados como abuso sexual.

Para Ana, a dura realidade enfrentada pelos pais e casos como o de Araceli são os combustíveis do movimento. “Muitas crianças sofrem a vida inteira e os agressores nunca são pegos. Precisamos denunciar essa situação. Não podemos ser cúmplices”, concluiu. 

Além dos profissionais da Casa, participaram da iniciativa cinco turmas do ensino médio da Escola Estadual Joaquim Murtinho.

O dia de hoje, 18 de maio foi instituído em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. O evento foi organizado pelo Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (CEDECA/BA), representante oficial do Ecpat, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia. O encontro reuniu entidades de todo o país. Foi nessa oportunidade que surgiu a ideia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.