Psicólogas atuam no Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade

Na última semana de fevereiro, o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul, por meio de seu núcleo de Psicologia e Sistema Prisional, acompanhou o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL), prova realizada em todo Brasil. Em Mato Grosso do Sul, 1.226 pessoas foram inscritas para realizarem as provas, envolvendo custodiados da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), presos da Penitenciária Federal de Campo Grande e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.

Para auxiliar no processo seletivo, um grupo de psicólogas, que atuam no sistema prisional do MS, contribuiu para assegurar o direito à educação àqueles que estão em restrição de liberdade. O acesso ao ensino superior reforça o processo de ressocialização e possibilita ao apenado habilidades e competências para a prática profissional. A conquista do Ensino Superior se torna abrangente e muito importante para a recuperação da cidadania no meio social.

Na visão do Núcleo de Psicologia e Sistema Prisional, a Psicologia tem um papel relevante neste contexto, cabe a ela, por meio de suas práticas, mobilizar diversas estratégias para garantir a promoção da saúde, do bem-estar e dos direitos humanos. Assim, do ponto de vista da psicóloga, Tânia Regina Verão Hardem, que atuou no Enem PPL, o processo seletivo, vai além da inserção do indivíduo no meio acadêmico.

“A participação no processo seletivo Proporciona uma transformação pessoal, modifica seu ponto de vista do mundo, muitas vezes negativa, lhe dá oportunidades de ver o seu potencial, sua capacidade produtiva. É um incentivo, um meio concreto de inserção social”, relata a psicóloga, servidora da Agepen e membro do Núcleo do Sistema Prisional.

Presentes no processo, vinte e uma psicólogas, servidoras da Agepen, elas puderam ajudar os participantes a manterem o foco para que pudessem realizar a prova com maior calma. A presença das profissionais da Psicologia garantiu aos participantes um clima de segurança e respeito necessário ao desempenho dos mesmos.

Para as psicólogas a presença da Psicologia nesse campo que abarca o sistema prisional e a educação produz grandes resultados.

“A Psicologia garante os direitos do indivíduo, a igualdade, trabalha os conflitos sociais, raciais, o preconceito. Ajuda o ser humano a lidar com o medo, angústia do fracasso. A apropriar-se de suas habilidades, do aprendizado, a adquirir valores, conhecimento, internalização da cidadania, culminando na expansão da consciência.  Além de promover um espaço de subjetividade que entende que a vida tem altos e baixos e saber lidar com esses conflitos, faz o indivíduo amadurecer”, concluí as Psicólogas.