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Manifestação dos CAPS marca o dia da Luta Antimanicomial

Quem passou pela Praça do Rádio Clube nesta manhã pôde notar um movimento diferente. Segurando cartazes com frases como “Portadores de deficiência mental tem sentimento”, “A Liberdade é o melhor tratamento”, profissionais da saúde e usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) realizaram uma manifestação em prol do dia da Luta Antimanicomial, comemorado hoje, dia 18 de maio.  

A data foi instituída em protesto ao tratamento desumano e cruel dado a usuários do sistema de saúde mental. Os profissionais de saúde se reuniram e organizaram o primeiro manifesto público a favor da extinção dos manicômios durante o II Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental realizado em 1987, na cidade de Bauru/SP. Naquela manifestação, nasceu o Movimento Antimanicomial.

Para o coordenador do CAPS AD III e Unidade recolhimento adulto, João Leite Pereira Junior, a ação na Praça é um reflexo dessa luta que busca mostrar que as pessoas que sofrem de doenças mentais são pessoas com direitos e devem ser tratados com dignidade. “Hoje, nossa manifestação tem objetivo de homenagear as pessoas que morreram nos manicômios, bem como os nossos usuários do CAPS”, comentou.  

João também disse que a manifestação também serve de alerta para sociedade. “As recentes mudanças que ocorreram na Coordenação Nacional de Saúde Mental, com a nomeação do médico psiquiatra Valencius Wurch, impõem ameaças reais ao sistema CAPS e política de saúde mental que temos hoje”, salientou.

Ainda no ato houve espaço para apresentações culturais, venda de produtos e o psicólogo e psicodramatista Rômulo Said Monteiro (CRP14/00042-8) promoveu um Sociodrama público com os participantes do ato.

“O Sociodrama permite demonstrar a expressão emocional do grupo sem a necessidade de expô-la verbalmente. Ele estimula a espontaneidade e a criatividade, mobilizando os grupos e o sujeito para vivenciarem a realidade a partir do reconhecimento do outro com suas diferentes experiências. Aqui, ele foi usado com um fim político, mas não partidário, com o intuito de expressar os conflitos e soluções presentes no contexto”, explicou Rômulo.

Estiveram presentes os CAPS Vila Margarida, Aero Rancho, Vila Almeida, CAPS Afrodite Dóris Contis, CAPS infantil, Unidade acolhimento adulto e a Unidade Residência Terapêutica,