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10 de Setembro: Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

Conversar, desmitificar, quebrar tabus, prevenir!

O tema da campanha “Setembro Amarelo” deste ano de 2022 faz alusão à esperança: “a vida é a melhor escolha”. A Psicologia, como ciência e como profissão, possui responsabilidades diante desta questão: são responsabilidades de ordem técnica, é verdade, mas também que se originam a partir de uma dimensão política, social e ética.

Tão significativo quanto pensarmos o tema pontual do suicídio é também importante nos debruçarmos reflexivamente sobre a vida, como ela tem se estabelecido e nos exigido, não só do ponto de vista psicológico estritamente, mas em relação às condições econômicas, de acesso aos serviços de saúde básica, lazer, nutrição e moradia que, no seu conjunto, particularizam a vida de todos nós.

O suicídio hoje toma forma concreta de um problema de saúde pública. Transcende a esfera das psicopatologias individuais (ele as contém, mas não se reduz a elas) e se mostra como um desafio também social. Sim, é uma adversidade que incide diretamente sobre o sujeito, mas pode ter origens que são de outra ordem.

Nos termos de uma saúde que é tomada como pública, podemos reconhecer este problema como igualmente sendo público, coletivo e articulado a determinados arranjos de caráter macrossociais. É responsabilidade da Psicologia pensar estas e outras matérias. Devemos cuidar (como profissão) dos indivíduos que nos demandam socorro e compor (como ciência) atualizações na produção de conhecimentos. E nós, psicólogos, temos feito isto em certa escala trabalhando arduamente nas esferas públicas e privadas.

O CRP14/MS alinha-se à esta preocupação da classe. Por isso criou recentemente o Núcleo de Prevenção e Posvenção do Suicídio (NPPS), vinculado à Comissão de Saúde para discutir e trabalhar em prol desta causa maior, a vida. Reiteramos nossa apreensão diante dos dados epidemiológicos sobre o suicídio no Brasil e no mundo, mas nossa classe de profissionais não tem esmorecido diante deste desafio. E é com este espírito que pactuamos com a razão de ser do setembro amarelo: com inquietude, mas com a disposição para enfrentar as suas causas.

Texto: Eduardo Pelliccioli, psicólogo e coordenador do Núcleo de Prevenção e Posvenção do Suicídio do CRP14/MS.