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A Psicologia diante do Marco Temporal: Uma responsabilidade necessária.

No último dia 22 de novembro, um ato online trouxe a conexão entre a Psicologia e um tema preciso para os Povos Indígenas do Brasil: o Marco Temporal. Sob o questionamento “O que a Psicologia tem a ver com isso? E qual nossa responsabilidade na garantia do bem viver?”, conselheiras e psicólogas compartilharam percepções valiosas sobre a conjuntura atual.

Vanessa Terena, conselheira do CRP14/MS, destacou a importância do momento para o movimento indígena, ressaltando o caráter inconstitucional do Marco Temporal: “A live aconteceu em um momento muito importante para o movimento dos Povos Indígenas do Brasil, o Marco Temporal, um ato inconstitucional que mesmo em sua ilegalidade pode afetar definitivamente, diretamente e indiretamente a vida de todo um país. A psicologia é uma ciência nova, e precisa urgentemente se comprometer com a defesa dos direitos humanos, seja quem for o humano! O evento contou a presença de diversas indígenas psicólogas de várias localidades e de inúmeras praticas psicológicas, e é justamente essa pluralidade que deve mover a psicologia brasileira, de não se limitar a ações onde não nos cabem.”

Bárbara Marques Rodrigues, também conselheira do CRP14/MS, trouxe à tona a violação dos direitos dos povos indígenas pelo Marco Temporal: “O Marco temporal viola os direitos dos povos indígenas, oprime seu modo de ser e de viver, causando impactos negativos na cultura e valores. O marco temporal nega a existência dos diversos povos indígenas. E a psicologia, enquanto ciência e profissão, necessita se posicionar para lutar contra o genocídio, e que todos os profissionais possam se questionar na atuação junto aos povos indígenas e como ainda nós podemos contribuir para garantir o bem viver.”

A discussão levanta questões fundamentais sobre a responsabilidade ética da Psicologia diante de eventos políticos que afetam comunidades em situação de vulnerabilidade. No que diz respeito ao Marco Temporal, fica evidente que a Psicologia não pode se isentar do papel ativo na defesa dos direitos humanos e na promoção do bem-estar de todos os cidadãos, independentemente de sua origem ou identidade. A pluralidade de perspectivas e práticas deve ser a força que impulsiona a Psicologia brasileira a ir além de seus limites tradicionais, trazendo a diversidade e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.