Há algo intrínseco na criação dos Conselhos profissionais no Brasil e no exercício profissional do (a) psicólogo (a), algo que se estende como fundamento: os direitos humanos. Essa temática expressa à prática da Psicologia como uma profissão e como ciência centrada na defesa da garantia da liberdade, da dignidade e da autonomia de todos os seres humanos – princípios gerais que constam na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Nesse contexto, o papel do Sistema Conselhos, e, em particular, das comissões de Direitos Humanos, é produzir alguns consensos e tratar de temas que orientem a prática do (a) psicólogo (a) no campo e no quadro de sua ética e respeitando seu vínculo com a Carta dos Direitos Humanos. Isto sempre no âmbito de estado laico e de total respeito à liberdade religiosa.
Para comprimir com esse objetivo, as comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos tem um papel ativo. Um exemplo recente dessa atuação foi a presença do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul (CRP14/MS) na 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos que aconteceu neste ano.
Na ocasião, o Governo Federal convocou cinco conferências nacionais em Brasília, para discutir temas relacionados aos direitos das crianças, dos idosos, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, das pessoas com deficiência e, ao final, um grande evento sobre Direitos Humanos, que reuniu mais de 5 mil pessoas.
Representando a Comissão de Direitos Humanos do CRP14/MS, o psicólogo Sidney Ferreira Ribeiro Junior (CRP14/00168-2) conta que o trabalho foi intenso.
"No caso da Psicologia, enquanto ciência do comportamento humano, eu posso dizer que nossa contribuição é de grande valia na questão dos Direitos e Humanos. Na conferência defendemos, de certa maneira, uma Psicologia que defensa os direitos das cidadãs e cidadãos independente da classe, crença, etnia. Nossa profissão tem uma grande contribuição para que as pessoas enxerguem o desenvolvimento do ser humano como um todo. E além da garantia dos direitos, a psicologia luta pela garantia do desenvolvimento psíquico de todo ser humano. Então, nós ajudamos nessas conferências, ao defender o respeito da proteção da dignidade humana no sentido da formação do psique”, ressaltou
Sidney ainda explicou que na Conferência Nacional dos Direitos Humanos foi debatido a importância de promover na sociedade um maior entendimento do que são os direitos humanos. De acordo com ele, os movimentos sociais e as entidades de classe precisam combater o estigma social que classifica a temática como privilégio social. “Lutar pelos Direitos Humanos é defender o direito de todo humano, independente de qualquer coisa”, afirmou.