No último sábado (30), o Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul (CRP14/MS) realizou a abertura do Mês dos Direitos Humanos, um ciclo de debates que busca promover em vários municípios do estado uma reflexão sobre o cenário brasileiro atual frente aos direitos humanos, bem como uma discussão sobre os avanços e retrocessos e o papel da psicologia nessa questão.
Durante a mesa de abertura, a conselheira presidente do CRP14/MS, Marilene Kovalski, salientou a importância da promoção de eventos como esses para o desenvolvimento da democracia na psicologia. “Estamos no final do mês de novembro, mês da Consciência Negra, mas o trabalho de conscientização não acaba com o fim do mês, devemos dar continuidade no debate e nas políticas de inclusão e de respeito, pois todo o humano importa”, ressaltou Marilene.
Para o lançamento da ação foram exibidos dois episódios da série documental Guerras do Brasil que exploram as narrativas de genocídios raciais que fazem parte da história do país, seguidos de um debate com o psicólogo Robenilson Moura, Mestre em Psicologia e especialista em Educação Especial e Inclusiva, ao lado das psicólogas Vanessa Silva de Souza e Fernanda Meira.
Os episódios da série retrataram as feridas das Guerras da Conquista, que tiveram início durante a invasão dos portugueses em solo brasileiro a partir de 1500 resultando em massacre da população indígena que dura até hoje, e das Guerras de Palmares, demonstrando a história da escravidão no país, o nascimento de Palmares e as comunidades afro-indígenas em 100 anos de luta e resistência dos Quilombo.
De acordo com Robenilson é importante pensar sobre os Direitos Humanos no contexto atual para que possamos pensar em um projeto de psicologia para o país e para as regionalidades que atenda melhor a população e as especificidades dos indivíduos. “Precisamos pensar numa psicologia que seja diversa, que seja igualitária. Precisamos fazer uma análise de conjuntura das populações formadas no Brasil para poder pensar como trabalhamos a democracia. A intenção com a exibição do documentário é incitar um debate que nos leve a questionamentos como: Que direitos humanos são esses? Existem de fato direitos humanos? É preciso pensar para quem são feitos e exercidos os direitos humanos”, explicou o psicólogo.