A temática da Luta Antimanicomial é algo que perpassa toda estrutura social. Basaglia, considerado um dos maiores símbolos da Reforma Psiquiátrica no Brasil e no mundo, afirmava que a sociedade é estruturada a partir de uma lógica de violência e opressão, a qual dicotomiza os grupos entre os que detêm poder sobre os corpos e subjetividades alheios, e os que sofrem por ter sua liberdade aprisionada.
Assim, compreende-se por estrutura manicomial algo que atravessa todos os setores sociais, estabelecendo segregação e autoritarismo nas mais diversas instituições. Essas, inseridas em nossas vivências, são fundamentadas nos princípios opressivos dos hospitais psiquiátricos, que mantém formato autoritário e excludente para com pessoas em sofrimento psíquico. Dessa forma, o Movimento de Luta Antimanicomial ameaça o conforto da “Indústria da Loucura” uma vez que seu questionamento radical busca driblar essa lógica, ameaçando a facilidade de internações abusivas com finalidades questionáveis, além de contribuir para a fiscalização de modelos de promoção de saúde mental e propor melhor assistência a pessoas em sofrimento mental em liberdade.
O texto é contribuição do Fórum Sul-Mato-Grossense de Estudantes de Saúde Mental, criado pelo Núcleo de Estudos sobre Luta Antimanicomial (NEsLA), em parceria com o CRP14/MS, com o Centro Acadêmico de Psicologia da UFMS (CAPSI-UFMS) e com a Liga Acadêmica em Psicologia da Saúde (LAPS). O coletivo tem como intuito criar uma rede de diálogo entre os estudantes e um espaço de mobilização para, junto com o CRP14/MS, lutar por políticas justa de saúde mental para todos.
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