No dia 7 de dezembro comemora-se o Dia Nacional da Assistência Social, e a Conselheira do X Plenário do Conselho Regional de Psicologia – 14ª Região (CRP14/MS), psicóloga indígena da etnia Guarani, que atua no CRAS Indígena de Dourados, especialista em Impactos da Violência na Saúde e em Psicologia Social e Antropologia, Mestranda em Processos Psicossociais pela Universidade Federal da Grande Dourados, Barbara Marques Rodrigues – CRP14/06285-4 fala um pouco sobre o assunto.
Para a psicóloga, a Assistência Social é importante para as (os) psicólogas(os) porque ela causa inquietação sobre a sua atuação e despertam incômodos, esses profissionais precisam aprender a se desconstruir do que aprendeu na sua vida acadêmica e se reinventar para poder atuar no SUAS. O SUAS nos permite refletir e questionar sobre várias políticas públicas, nos proporcionando desafios a todo momento. A profissional ainda ressalta que os profissionais da Psicologia são essenciais no SUAS, pois contribuímos para potencialidade e autonomia e lutas dos direitos do público atendido. E temos como missão garantir os direitos dos sujeitos e suas famílias.
Quando o assunto é sobre o desmonte do SUAS e o compromisso ético do psicólogo com a manutenção e defesa dessa política pública, ela afirma que “O desmonte do SUAS como corte de recurso do Governo federal é a afirmação de uma política liberal proposta em campanha pelo atual governo, e mesmo assim tem profissionais do SUAS, que são apoiadores, deste governo liberal, mas em uma oposição a ética, eu não vi nenhum dos trabalhadores do SUAS pela luta e em defesa dessa política pública”.
Com uma vasta experiência nas questões indígenas dentro da Assistência Social, ela afirma que ao falar sobre sua atuação como psicóloga, percebe-se como é frágil e difícil se fazer psicologia na Assistência Social. É um desafio, e mais ainda, é fazer psicologia dos povos indígenas. Líder em um contexto onde eu atuo com três etnias, kaiowá, Guarani e Terena, em uma terra indígena localizada em dois municípios, Itaporã e Dourados me desafiam a todo momento. São questões, lutas e sofrimentos que marcam a minha vida enquanto mulher indígena e profissional. São diversas situações de direitos violados, começando pelo básico, acesso a água, alimentação, moradia de qualidade, salas de aulas superlotadas, falta de atividade de lazer e esporte. São situações que as pessoas da reserva indígenas de Dourados enfrentam cotidianamente, enquanto mulher indígena e psicóloga do SUAS, busco em estar em espaços e situações para tentar garantir esses direitos. E no atendimento, tenho a acessibilidade de valorizar os conhecimentos desses povos, seus valores, suas culturas e o modo de ser. É necessário garantir uma psicologia que dialogue com os saberes deste povo.
Confira como foi a entrevista da conselheira: https://www.youtube.com/watch?v=dtWl7yYRaGA