Uma aula de Diretos Humanos, Sociais e Políticos. Este foi o formato que a conferencista da noite, a professora doutora Carla Biancha Angelucci (CRP/SP), adotou para falar sobre Psicologia, Ética e Laicidade.
O tema envolve o papel do(a) profissional no campo de atuação pedagógico, científico, clínico e profissional.
A conferência realizada na noite desta quinta-feira, 27 de agosto de 2015, marcou a Comemoração do CRP 14/MS ao Dia do(a) Psicólogo(a) em Mato Grosso do Sul. O evento foi realizado no auditório da Anhanguera Uniderp e reuniu profissionais e acadêmicos.
Para a presidente do CRP 14/MS, Norma Cosmo, a temática do debate é urgente aos desafios da profissão. “Ética e Laicidade são dois grandes pilares que sustentam a boa prática profissional independente do campo de atuação dos(as) psicólgos(as) e devem ser incansavelmente debatidos, refletidos e manifestados no pensar e no agir profissional. Justamente por isso escolhemos esta temática como evento central da nossa programação no mês do(a) Psicólogo(a)”, defendeu a presidente.
Carla abriu sua conferência apresentando o seguinte questionamento:
“Quais as condições e os compromissos necessários para a sustentação da liberdade que os sujeitos e as coletividades devem ter de se relacionar com o transcendente da forma que quiserem, se quiserem, desde que respeitados os direitos humanos de todas as pessoas?”
A partir desta provocação, desenvolveu sua fala passeando pelos conceitos de: Liberdade de direitos, Igualdade na dignidade e Fraternidade no exercício da vida pública.
Para a doutora, as teorias do século XVIII que influenciaram a construção da psicologia científica, a saber: as teorias racistas, as explicações baseadas na
Hereditariedade, marcam a herança de caracteres adquiridos e as marcas da moralização da ciência.
A preocupação da psicologia nascente envolve a investigação das diferenças individuais. “A ciência não é neutra. A Psicologia não está descolada do movimento geral da sociedade, não está descolada da cultura. A cultura é um conjunto de possibilidades de pensar, sentir, perceber, expressar nossas relações com o mundo, compartilhadas por um grupo e que confere identidade a ele”, afirmou Angelucci.
Para a conferencista, laicidade não é sinônimo de ausência ou de impossibilidade das experiências religiosas. Mas pressupõe uma diferença entre o domínio da vida privada e o domínio da vida pública. “É a solução mais respeitosa neste momento histórico, na medida em que viabiliza e valoriza todas e cada uma das formas de se manifestar a relação com o transcendente, respeitada a fronteira ética da ofensa, da discriminação, da violação dos direitos humanos em relação a outros sujeitos”, concluiu.