Você está visualizando atualmente Seminário de psicologia e povos indígenas abordou prática profissional em saúde mental

Seminário de psicologia e povos indígenas abordou prática profissional em saúde mental

Com o objetivo de promover um espaço para discussão sobre a atuação da(o) psicóloga(o) e temas ligados à população indígena, o III Seminário Psicologia e Povos Indígenas: Contribuições e Desafios da Psicologia no Contexto Indígena, realizado na primeira semana de agosto em Campo Grande, reuniu diversas(os) profissionais da área para tratar da saúde mental no contexto indígena.

O debate apresentou múltiplos enfoques sobre a situação do indígena no Mato Grosso do Sul. A mesa de abertura, “Psicologia, Direitos Humanos e Saúde Mental”, abriu os trabalhos com um panorama geral sobre a população indígena. A professora e psicóloga, Sônia Grubits, abordou as diferenças e semelhanças das etnias que vivem no Estado, enquanto a Defensora Pública, Neyla Ferreira, expôs a problemática da saúde mental a partir do contexto da violação dos direitos humanos.

Para a defensora, o permanente estado de miséria em que vivem os índios acarreta danos graves à saúde deles. “O aviltamento da cultura indígena relega esses povos a uma situação permanente de violação dos direitos”, destacou.

Em seguida, a prática da Psicologia junto aos povos indígenas foi abordada pela psicóloga Fabiane Vick. A profissional ressaltou que a principal orientação às(aos) psicólogas(os) que desejam trabalhar nessa área é estarem abertos aos conhecimentos das comunidades, respeitando sua forma de pensar e agir. “Precisamos construir juntos com os indígenas as soluções necessárias, por isso é muito importante saber adaptar nossa abordagem psicológica à cultura deles”, explicou.

O seminário ainda abordou a experiência das psicólogas que atuam no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e as ações da rede pública de saúde para essa população. A psicóloga do DSEI, Deisy Penze (CRP14/05385-5), reforçou que para trabalhar nessa área é necessário “ter uma escuta qualificada, um olhar diferenciado, desprendido de preconceitos porque a população indígena tem uma estrutura completamente diferente da nossa e precisamos respeitar isso ao realizarmos as intervenções”, defendeu.

Um dos grandes destaques do evento foi a palestra do professor e pesquisador Carlos Coloma, PhD em Antropologia Médica e Etnopsiquiatria. Coloma discutiu a “Agressão no Contexto Psicossocial Indígena”, mostrando como a influência dos modelos econômico, social e cultural externos agem na atmosfera psicossocial das comunidades.. Para ele, os tipos de agressão sofridos pelos indígenas refletem o conflito gerado entre a relação das culturas indígena e não indígena.